sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O difícil acesso a educação



Professores mal remunerados, falta de livros, lápis e cadernos. Falta de lousas, apagadores, carteiras e cadeiras. Falta de bebedouro e banheiro nas escolas do Brasil.

Apenas quarenta e quatro por cento das escolas no Brasil tem banheiro, eletricidade, esgoto e cozinha. Menos de 0,6 por cento tem infraestrutura próxima ao ideal para o ensino.

O Brasil é o décimo pior país colocado em leitura no programa internacional de avaliação de alunos no ranking de sessenta e cinco países. É o sétimo pior em matemática, sexto pior em ciências.

Estamos atrás da Romênia e Tailândia. Somos a oitava maior nação com o maior número de analfabetos adultos entre cento e sessenta países pesquisados pela Unesco. Quatorze milhões de brasileiros não sabem ler, nem escrever.

Existem trezentos milhões e quinhentos mil analfabetos funcionais, ou seja pessoas que sabem ler e escrever mas não entendem aquilo que leem.

Precisamos entender que educação não é gasto.
O governo brasileiro investe por ano em educação cerca de 6,1 por cento do PIB, isso significa numa perspectiva pessimista mais de duzentos bilhões de reais que é capaz de financiar seis copas do mundo.

A falta de acesso à educação é o gatilho para praticamente todos os problemas sociais que passamos em nossas cidades. Faz com que uma criança saia em desvantagem desde o início da vida, pois depende desse sistema precário que envolve todos os estados do país.

O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre sessenta e cinco países avaliados
Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola.

O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009.
34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler. 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita. Professores recebem menos que o piso salarial e ainda assim são obrigados por amor, ou falta de opção a trabalhar porque acreditam que a educação é a única salvação.

Ignorância é força. É satisfatório manter as massas em estado de pobreza. Uma sociedade hierárquica só seria possível num mundo de pobreza e ignorância. É bom para os partidos que seus membros sejam fanáticos crédulos e ignorantes. Que na população predominem sentimentos como medo e ódio.


Do ponto de vista dos governantes, os únicos perigos reais são o surgimento de um novo grupo de pessoas capazes. Isso significa que o problema se resume a educação onde os pensamentos “incorretos” são a alma da liberdade.


Gabriela Peres